sexta-feira, 28 de agosto de 2009

"Só faltou o STF decretar a prisão do Francenildo", diz Freire



"Só faltou o STF decretar a prisão do Francenildo". A frase do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, resume a indignação da sociedade brasileira com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, na noite de quinta-feira, livrou o ex-ministro da Fazenda, deputado federal Antônio Palocci (PT-SP), de responder processo criminal pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Segundo Freire, a rejeição da denúncia, por 5 votos a 4, aliada a absolvição de José Sarney no Senado, faz a população acreditar, cada vez mais, que o Brasil se transformou numa grande pizzaria.

Esse sensação de impunidade, ressalta o presidente do PPS, tem como patrocinador principal o presidente Luiz Inácio lula da Silva, que interfere diretamente nas decisões dos demais poderes da República, como ficou claro na operação montada no Senado para engavetar uma série de denúncias de irregularidades contra Sarney e mantê-lo na presidência da Casa. A atuação de Lula no caso foi tão direta que causou um racha no PT, provocando a desembarque do partido dos senadores Flávio Arns e Marina Silva, além da demoralização pública do líder da legenda no Senado, Aloizio Mercadante.

"O governo Lula jogou fora todo e qualquer valor republicano", diz Freire, condenado também o aparelhamento do estado promovido por Lula e pelo PT. O reflexo mais recente dessa prática é a crise que atinge a Receita Federal após a demissão da ex-secretária Lina Vieira. A própria candidata do governo a presidente da República, ministra Dilma Rousseff, foi acusada por Lina de tentar intervir em uma fiscalização contra empresas do clã Sarney. Por conta dessa intromissão do Planalto no órgão, mais de 60 ocupantes de postos de direção da Receita Federal entregaram cargos nos últimos dias.

Perseguição contra um caseiro

A táticas do governo não perdoam sequer um homem simples. A violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa ocorreu em 2006, depois que o caseiro revelou ao O Estado de S. Paulo que o então ministro da Fazenda Antonio Palocci frequentava reuniões com lobistas numa casa em Brasília. Em depoimento na CPI dos Bingos, o caseiro disse que o ministro era chamado no local de "chefe". Para demoralizar o caseiro, Palocci, o presidente da Caixa, Jorge Matoso, e a assessor de imprensa do ministério, Marcelo Neto, teriam, segundo o Ministério Público Federal, quebrado o sigilo bancário do caseiro para insinuar que ele recebeu dinheiro da oposição para fazer a denúncia. O extrato foi repassado para a revista Época, que publicou matéria neste sentido. No entanto, ficou comprovado mais tarde que a quantia encontrada na conta de Francenildo era referente a um processo de reconhecimento de paternidade.

Com a repercussão da quebra do sigilo, Palocci deixou o ministério.

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