quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Oposição aposta em arquivamento de recursos contra Sarney e já discute recorrer

Senadores da oposição dão como certo o arquivamento das 11 acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética da Casa. Oposicionistas já discutem nos bastidores a elaboração de recursos para tentar que o plenário do Senado se posicione sobre a abertura de investigação contra Sarney.

O motivo da derrota seria o apoio do PT ao presidente do Senado. A bancada petista tem três votos no conselho: Ideli Salvatti (SC), Delcídio Amaral (MS) e João Pedro (AM). Ideli e Delcídio fazem parte da ala pró-Sarney da bancada petista e sempre fizeram pressão pelo arquivamento das denúncias. João Pedro também estaria convencido a vota a favor do peemedebista.

"Sem os votos do PT que resolveu blindar Sarney, só restará o recurso ao plenário do Senado. Tenho em mãos parecer técnico que encomendei à Consultoria Jurídica do Senado que sustenta a regimentalidade do recurso ao plenário", disse o vice-líder do PSDB, Álvaro Dias (PR), em seu Twitter.

O colegiado se reúne na tarde de hoje para discutir os recursos apresentados pelos oposicionistas contra a decisão do presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ), que lançou mão da prerrogativa do cargo e arquivou as denúncias contra Sarney sem discussão.

As representações que foram arquivadas contra Sarney tratam do suposto envolvimento do senador com a edição de atos secretos no Senado, da suspeita de que teria interferido a favor de um neto que intermediava operações de crédito consignado para servidores da Casa e de ter supostamente usado o cargo em favor da fundação que leva seu nome e mentido sobre a responsabilidade administrativa pela fundação.

O conselho também deve analisar recurso do PMDB contra o arquivamento de denúncia que acusa o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) de quebra de decoro parlamentar.

Votos

Segundo reportagem da Folha publicada hoje, com os votos do PT, devem ser pelo menos dez contra a abertura de processo contra Sarney. Apenas quatro são votos seguros pela abertura: Demóstenes Torres (DEM-GO), Rosalba Ciarlini (DEM-RN), Marisa Serrano (PSDB-MS) e Sérgio Guerra (PSDB-PE).

A reportagem afirma ainda que há duas dúvidas: João Durval (PDT-BA) e Eliseu Resende (DEM-MG) --que tem dito que teria "desconforto" em votar contra Sarney, apesar de ser de uma bancada de oposição.

O conselho tem duas vagas abertas de membros titulares, que devem ser preenchidas por indicações de Mercadante. Delcídio e Ideli, suplentes que ocupam as vagas, têm pressionado o líder de sua bancada a fazer essas nomeações para que eles não precisem se expor e votar favoravelmente ao presidente do Senado.

Mercadante se recusa. Ontem, ele afirmou que estaria em curso uma manobra para nomear à sua revelia os senadores Roberto Cavalcanti (PRB-PB) e Romero Jucá (PMDB-RR) para as vagas abertas. "Nesse caso, que seja com outro líder", disse o petista.

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