sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Repouso dos sinos

O imenso silêncio da igreja caminha sobre tetos vazios

Como anjos invisíveis e místicos.

O olhar recolhe seus suspiros enlouquecidos

E oferta ao repouso dos sinos.

O púlpito guarda o contorno dourado de um sermão.

Senhor, ofereça-me em tua força

As vozes dessa penumbra angelical,

A solidão da sacristia, o incenso perdido

Nos enormes labirintos de enigmas,

A tranqüilidade mágica da presença de ninguém.

Alguém me persegue,

Todos os coros rezam sem voz,

Descrevem as antigas e audíveis paredes,

Aumenta a sombra para cima alcançando a abóbada,

E dessa forma sigo e reflito seu sigilo vaticano,

O barroco como arte, segredos de portas,

Candelabros, velas esquecidas,

Suspiros de imagens,

A esperança da devoção

Num deserto de mistérios.

Canindeoguerreiro.blogspot.com

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