sábado, 18 de dezembro de 2010

POEMA

Presépio nas calçadas
Se o Natal que vem é esperança
E a árvore é fruto a alimentar
Uma única noite
Deixa que eu ofereça ao ano ofegante
Meu graveto ornado de algodão
E de caixinhas embaladas
Em papel brilhante.

Deixa que eu grite e fale
E ande e corra e colha fingimentos
Nas ruas iluminadas,
Pois o mês da luz
É como uma madrugada fria
Que persegue vidas abandonadas.

Deixa que eu fale nas juremas,
Ande nas favelas,
Me encontre em viadutos,
E me deite na calçada
Como se fosse um lar...
Deixe que eu me vista em mendigo,
Que eu me envolva em lágrimas de mãe,
Que eu cante o Na tal nos corações dos filhos de são tome.

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