quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Cigano feiticeiro, líder da esperança… ou simplesmente Aluízio Alves

Há 90 anos nascia um dos maiores líderes políticos do Rio Grande do Norte. O senhor Aluízio Alves nasceu no sertão do cabugi, na cidade de Angicos, em 11 de agosto de 1921, e teve a formação profissional como jornalista e advogado.

Filho de Manuel Alves Filho e Maria Fernanda Alves, foi funcionário dos jornais A Razão e A República, ambos em Natal tendo se dirigido em 1949 ao Rio de Janeiro onde foi redator-chefe do jornal Tribuna da Imprensa, que pertencia a Carlos Lacerda retornando ao seu estado natal no ano seguinte onde fundou e dirigiu a Tribuna do Norte.

Ainda no ramo de comunicação foi diretor da Rádio Cabugi, da TV Cabugi e da Rádio Difusora de Mossoró. Antes foi Oficial de Gabinete da Interventoria potiguar chefe do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social (SERAS) e diretor estadual da Legião Brasileira de Assistência.

Aluísio Alves foi eleito deputado federal em 1945 participando dos trabalhos da Assembléia Nacional Constituinte que promulgaria a nova Constituição em 18 de setembro de 1946. Reeleito em 1950, 1954 e 1958, chegou aos postos de secretário-geral da UDN e de vice-líder da bancada. Ingressou no PSD sendo eleito governador em 1960 para o desgosto de Dinarte Mariz.

A animosidade entre os dois líderes tornou-se cada dia mais férrea e com o advento do Regime Militar de 1964 foi Mariz quem retomou o comando da cena política, o que não impediu, contudo, o ingresso de Aluísio Alves na Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e a conquista de seu quinto mandato de deputado federal em 1966.

Com a implantação do bipartidarismo pelo AI-2, Aluízio Alves filia-se à Arena, partido do governo, e consegue eleger-se deputado federal em 1966. Consegue também eleger seu sucessor a governador, Walfredo Gurgel, derrotando Dinarte Mariz, maior inimigo político de Aluízio Alves. Mesmo fazendo parte da mesma legenda, a convivência entre dinartistas e aluizistas tornava-se cada vez mais difícil. Por isso, a Arena no Rio Grande do Norte ramifica-se em duas: Arena verde, liderada por Aluízio Alves e, Arena vermelha, liderada por Dinarte Mariz.

Devido a grande influência junto ao governo Costa e Silva, Dinarte Mariz faz sérias acusações ao governo de Aluízio Alves, que desembocaram no seu processo de cassação, entre elas destacaram-se: populismo, corrupção, abuso do poder econômico durante as eleições e atos incompatíveis com o golpe de 1964. Com isso, em 7 de fevereiro de 1969 teve seu mandato cassado pelo AI-5 sob a acusação de corrupção sendo indiciado em um processo que foi arquivado em fevereiro de 1973. Assim como Aluízio, seus irmãos Agnelo e Garibaldi Alves também foram cassados. Durante este período, a família Alves ingressou no MDB, como única alternativa de oposição, mas sem respaldo político. A partir de 1970, as eleições para governo passam a ser indiretas, dando vantagens apenas aos políticos da Arena, ou seja, o partido da situação.

Em 1982, Aluízio foi derrotado na disputa pelo governo do Rio Grande do Norte por José Agripino Maia.

Entusiasta da candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência da República foi indicado Ministro da Administração pelo presidente eleito sendo confirmado no cargo por José Sarney e permaneceu à frente desse ministério entre 15 de março de 1985 e 15 de fevereiro de 1989. Foi durante a sua gestão que foi criada a Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Em 1990 foi eleito para o seu sexto mandato de deputado federal, cargo do qual esteve licenciado durante o governo Itamar Franco quando foi Ministro da Integração Regional entre 8 de abril de 1994 e 1º de janeiro de 1995.

Faleceu em 6 de maio de 2006, às 14h55, vítima de falência múltipla. Aluízio foi velado no Palácio da Cultura, antigo Palácio da Esperança, local onde Aluízio Alves exerceu o cargo de governador do Estado entre 1961 e 1966. O ex-governador e ex-ministro está sepultado no Cemitério Morada da Paz.


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