segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Charge do dia: Teste de paternidade

PÔ DO SÓ DO POTENGÍ... PÔ DO SÓ DO POTENGÍ...
Literatura de Cordel
Autor: Bob Motta

N A T A L – R N
2 0 0 9

Meu querido rêis duis astro,
obisselvando o teu pô,
cum teu brío alaranjado,
amostrando o isprendô;
vejo nêle, in minha frente,
o brío resprandecente,
duis zóio do meu amô.

P’ru detráis duis manguezá,
tu some e dêxa a lembrança,
de quando eu era minino,
cum o peito chêi de isperança.
Fecho uis zóio e aí intão,
de carona na emoção,
vorto ao tempo de criança.

Muntas vêiz presenciei,
tu chegá no amanhincê.
E hoje, emocionado,
saúdo o teu s’iscondê;
cum meu poema matuto,
de linguajá puro e bruto,
qui é parte do meu vivê.

Me vejo ali do ôto lado,
feliz, pescando sirí.
Nais sombra dais aigaróba,
nóis ia se divirtí.
Digo, batendo in meu peito,
qui me deleitei no leito,
do amado Ríi Potengí.

Derna de lá de Igapó,
éis tistimunha qui andei,
na lama da maré sêca,
onde munto me atolei.
No véi Potengí, crescí,
brincando, eu invêiêcí,
disso, nem conta, me dei.

Incruzêi êle in canoa,
duas ô trêis vêiz, a nado,
de lá do Paço da Pátria,
feliz, dispreocupado.
Potengí e tu é tema,
qui me inspira êsse poema,
adonde dô meu recado.

Lembro uis lance de tarrafa,
uis arrasto de mangote,
no Bar do Pé do Mocó,
glosei meus premêro mote.
E lá na bêra da linha,
cadêra cativa, eu tinha,
prá brincá Gato no Pote.

Ali, muntas vêiz tentei,
o pau de sêbo, iscalá.
E pura Sumana Santa,
nóis ia, o Judá, rasgá.
Lá na Peda do Rusáro,
mais ôto lindo cenáro,
tôdo mundo ia rezá.

A Deus do Céu, agradeço,
do fundo do coração,
êsse tão belo cenáro,
qui me enche de inspiração;
e êsse dom maraviôso,
qui além de munto gostôso,
é minha sustentação...



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