Dois homicídios brutais chocaram a comunidade do Vale Dourado, Zona Norte. Familiares e amigos da comerciante Ana Roque Pinheiro, 46 anos, estão revoltados depois que ela foi morta com um tiro na cabeça por dois suspeitos que invadiram seu bar para matar um jovem, ainda não identificado, no loteamento Vale Dourado, na noite de domingo. Segundo uma amiga, que preferiu não se identificar, a vítima não teria esboçado qualquer reação contra os assassinos. "Mataram apenas por que ela estava na porta quando eles passaram". A outra vítima foi morta com nove tiros, dentro de um dos cômodos da casa da comerciante, ao tentar esconder-se dos algozes.
Chocados, parentes e amigos de Ana Roque estiveram na cena do crime, o ponto comercial administrado pela mulher Foto: Paulo de Sousa/DN/D.A Press
A amiga de Ana Roque conta que, a partir do que ouviu dos familiares, o estabelecimento já estava fechado quando houve o crime, por volta das 21h do domingo. Ana Roque estava dentro de casa, quando teria escutado os disparos vindos do lado de fora. Segundo a colega da comerciante, dois homens em uma moto Honda Pop perseguiam um jovem em uma bicicleta, ao longo da Rua José Edilson Batista. Após ser atingido por alguns disparos, o garoto largou a bicicleta e invadiu a casa da comerciante.
"Quando ela ouviu os tiros, foi até a porta para fechá-la. Ela disse ter visto um vulto. Ao chegar à porta, os dois homens chegaram e atiraram na cabeça". Ana Roque morreu imediatamente, enquanto os dois suspeitos entravam na residência. Eles encontraram o jovem que perseguiam, escondido no quarto mais ao fundo da casa, e atiraram contra ele. Logo em seguida, ambos os suspeitos fugiram do local, sem serem vistos.
O tenente Manassés Carvalho, chefe de operações do 4º batalhão PM durante o domingo, conta uma versão diferente. Segundo ele, o rapaz que invadiu a casa teria sido morto primeiro. Ana Roque foi morta ao reclamar com a dupla por ter executado o jovem em sua residência. Já a colega da vítima garante que ela não esboçou qualquer reação. O tenente afirma ainda que não há pistas sobre os suspeitos. A amiga de Ana Roque afirma que a população local também não conhecia o garoto morto no local. "Mas um policial veio aqui e disse que ele poderia ser um traficante".
Muito abalados com o que ocorreu, nenhum dos familiares da comerciante quis se pronunciar sobre o caso. Várias pessoas da comunidade estiveram no local para prestar os pêsames à família de Ana Roque. Apesar de revoltados com o ocorrido, a maioria garantiu que a região é bem servida pela polícia. O caso será investigado pela 9ª delegacia de Polícia no Panatis.
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