sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

POEMA

A resistente da craibeira
Janduhi Medeiros

A terra seca pelo sol do verão
Arde como melancolia de sítio desabitado.

Treme o vazio da passagem
Com a desventura do cenário desfolhado.

Esquenta a tristeza no espaço do dia...

O ritmo da cigarra cresce na claridade.

O cacho da favela estala sua agonia,

Com quente pesadelo de eternidade.

A luz radiante vai polindo de azul
O silêncio do outono perdido.

O céu procura sua nuvem no paiol da imensidão

E o tempo persegue o horizonte
Nos espinhosos ramos da devastação.

Na paisagem cinzenta,
Somente a craibeira é feliz.

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