PM VOLTA A SER PRESO ACUSADO DE ASSASSINATO

Dando continuidade à investigação sobre crimes de execução ocorridos na Grande Natal, a Divisão Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deicor) cumpriu nesta sexta-feira (18) o mandado de prisão do soldado Wendell Fagner Cortez de Almeida, 33 anos, acusado do assassinato de uma aposentada, no dia 12 de dezembro de 2009, em Monte Alegre. O PM, que já tinha sido preso por outro crime de morte e estava solto há apenas dois dias, voltou à cadeia depois de ser reconhecido por duas testemunhas da execução através da fotografia publicada em um jornal local. Somado a outros indícios, a Justiça tomou a decisão de decretar a prisão do militar.

O soldado foi preso quando chegou ao trabalho no 4º Batalhão da Polícia Militar, na Zona Norte de Natal. Ele estava solto há menos de 48 horas, depois de ter permanecido preso por 30 dias acusado de outro crime. Agora, ele foi preso acusado de matar Maria do Carmo Bay dos Santos, 62 anos, morta às 21h30, na porta de casa, na Travessa Quimanbú, em Monte Alegre.

A vítima foi surpreendida por três homens que chegaram ao local em um carro azul e em um Gol preto. O trio usava roupas militares, coturnos e cinturão tático com coldre para a arma. A aposentada, que era dona de um bar, foi abordada e indagada sobre o paradeiro de um sobrinho que tinha passagem por tráfico na Zona Norte de Natal. A mulher negou ser a tia do rapaz e, apenas por esse motivo, acabou alvejada com três tiros na cabeça e ombro. Ao cair, ainda agonizando, a vítima foi alvejada por mais três disparos deflagrados, segundo as testemunhas, pelo PM Wendell Cortez. Em seguida, os matadores fugiram em alta velocidade.

O diretor da Deicor, delegado Ronaldo Gomes, disse que a vítima morreu apenas por não ter dado a informação do paradeiro do sobrinho. “Eles estavam procurando o rapaz. Como ela disse que nem o conhecia, acabou morta”, falou. Segundo o delegado, a prisão do militar faz parte de um trabalho iniciado com o objetivo de elucidar crimes com características de execução.

O caso foi registrado pela polícia e a investigação transcorria com poucas informações sobre o crime. Até que no mês passado, uma testemunha viu a foto do soldado num jornal local e acionou o Deicor. A polícia intensificou as diligências e acabou localizando duas testemunhas que reconheceram o PM Wendell Cortez. Uma das testemunhas ficou a pouquíssimos metros do acusado e presenciou a execução. O detalhe é que da primeira vez que o policial foi preso a polícia apreendeu um Gol preto que pode ser o mesmo carro usado na fuga da morte da aposentada.

Diante dos depoimentos, os delegados da Deicor solicitaram a expedição do mandado de prisão do acusado. A prisão foi decretada pelo juiz da Comarca de Nísia Floresta, José Ricardo Dahbar Arbex, pelo período de 30 dias. O acusado foi preso e encaminhado a carceragem instalada no Batalhão de Operações Especiais (Bope), na Zona Norte de Natal. O soldado é da turma de 1999 e também responderá a Procedimento Administrativo na Corregedoria da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social. A Deicor disponibiliza o telefone 3232-2862 para receber denúncias sobre crimes de execução. A polícia continua a investigação com o objetivo de identificar e prender os outros dois participantes do homicídio da aposentada.