terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Ministro culpa municípios pela lentidão na construção de creches

O ministro Aloizio Mercadante (Educação) atribuiu nesta terça-feira aos municípios a responsabilidade pela lentidão na construção das creches e unidades de pré-escola, uma das metas de governo da presidente Dilma Rousseff. Por isso, o governo agora vai propor "novos métodos construtivos" para agilizar as obras.
País tem 3,8 mi fora da escola e não atinge meta, diz estudo
As novas medidas foram anunciadas pelo ministro, no mesmo dia da divulgação de indicadores que apontaram deficiências na educação brasileira. Um dos principais dados mostrou que 3,8 milhões de crianças de 4 a 17 anos estão fora da escola.
O ministro apontou como um dos gargalos a situação de crianças de 4 e 5 anos, faixa etária na qual 20% dessa população está fora da escola.
Mercadante afirmou que a não alfabetização na faixa etária correta significa depois um custo muito alto para "recuperar" essa criança, que pode muitas vezes abandonar o processo.
Nesse momento, o ministro afirmou que sua pasta está efetuando os repasses para a construção de creches, mas que os municípios estão em um ritmo diferente --que atrasa o processo e ameaça atingir a meta de 6,4 mil unidades construídas (entre creches e pré-escolas, porque o MEC considera as duas faixas etárias em uma única classificação: educação infantil).
O MEC afirma que já há 2,5 mil convênios com as prefeituras para a construção das creches. Mas todos foram fechados ainda na gestão do presidente Lula.
"A dificuldade está no ritmo de construção das creches por parte das prefeituras. Estamos buscando novos métodos construtivos, mais modernos", disse o ministro.
De acordo com o MEC, os municípios chegam a levar dois anos e meio para construir uma creche, período que leva em conta a licitação e as obras em si.
Por isso o MEC agora vai propor a adoção de métodos construtivos, como a utilização de unidades pré-moldadas --o modelo adotado ainda será definido. A previsão do governo é que a duração das obras nesse caso passe para seis meses.
O MEC pretende no segundo semestre lançar uma tomada de preço para a construção das creches em todo o país, em um modelo parecido com a de compra de ônibus escolares e dos tablets. Os municípios interessados podem aderir e nesse caso não precisam realizar a sua própria licitação.
Em relação às demais faixas etárias, o ministro afirmou que a evasão escolar é o grande problema a ser combatido. Ele disse que o mercado de trabalho acaba atraindo muitos jovens, que acabam largando os estudos. O MEC afirmou que pretende combater essa falha com o ensino profissionalizante.
"Ao associarmos ensino técnico profissionalizante e educação no ensino médio, nós acreditamos que vamos ter muito mais alunos e que eles vão para o mercado de trabalho muito mais preparados e ganhando um salário muito melhor."
Mercadante também afirmou que é preciso tornar a escola mais atrativa para os jovens e por isso defendeu mais uma vez o seu programa de distribuição de tablets para 600 mil professores do ensino médio e o envio de projetores multimídias para veicular o conteúdo pedagógico produzido pelos docentes.

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